Metzgeria lechleri Steph.

  • Authority

    Costa, Denise P. da. 2008. Metzgeriaceae (Hepaticae). Fl. Neotrop. Monogr. 102: 1-169. (Published by NYBG Press)

  • Family

    Metzgeriaceae

  • Scientific Name

    Metzgeria lechleri Steph.

  • Type

    Tipo. Chile, Arique, s.d., Lechler 652 (holótipo, G 9666; isótipo, NY).

  • Synonyms

    Metzgeria vivipara A.Evans

  • Description

    Species Description - Gametófito mediano a robusto, verde-amarelado a castanho-claro, azulado ou não na região apical quando seco, prostrado, l,0-2,5(-3,0) mm larg. Ramos adventícios ventrais ocasionais. Talo piano a subplano, ondulado, dicotomicamente ramificado, dicotomias regulares, ápice obtuso a truncado-emarginado, com papilas mucilaginíferas. Em seção transversal lâmina 15-29(-33) células larg. da costa a margem, células pequenas a medianas, mamilosas, paredes delgadas a ligeiramente espessadas, trigônios pequenos ou ausentes, cutícula lisa, 20-50 × 20-44 µm, na margem diferenciadas, estreitas e alongadas; costa moderadamente arqueada para a superfície ventral, 2-4(-5) fileiras de celulas epidérmicas dorsais, (3-)4-6(-7) ventrais; células medulares distintas das epidérmicas, medula com 10-24(-34) células, em 3-5(-6) camadas, células de paredes delgadas ou fortemente espessadas. Talo uniforme a densamente hirsuto, rizóides medianos a longos, eretos a flexuosos, na margem, superficie ventral da lamina e da costa, na margem esparsos (500 µm=5-15 rizóides), 1 rizóide por célula, originado lateralmente, ocasionalmente 2 rizóides, com regiões sem rizóides, (50-) 105-400 µm. Talo masculino menor que o feminino, 0,25-1,0 mm larg., lâmina 8-14(-23) células larg., costa 2-3 fileiras de celulas epidermicas dorsais e 4 ventrais, medula 11-12 celulas, em 3-4 camadas. Gemas abundantes, originadas na superficie dorsal do talo, concentradas no apice dos talos, discóides a elípticas, planas, azuladas ou não, rizóides longos, eretos, flexuosos ou em forma de "gancho" (6—9(—11) células larg.). Dióico. Ramo masculino globoso a subglobose, sem rizóides, 2-4 anterídeos, 200-480 µm. Invólucro feminino cordado, côncavo, com entalhe apical, esparsamente hirsuto, rizóides eretos, dispostos na margem e superfície externa, concentrados na parte superior, 150-270 µm. Apresenta desenvolvimento extemo do invólucro feminino em talo vegetativo (freqüentemente observado). Caliptra carnosa, claviforme a obpiriforme, densamente hirsuta, rizóides por toda a superfície externa, curtos ou longos, eretos a flexuosos, 1,0-1,5 mm compr., seção transversal 4-5 camadas de células. Seta pequena a mediana, 0,5-2,0 mm compr., seção transversal 24-44 células, 16-22 corticais, 8-22 medulares, 5-8 diâm., células de paredes espessadas, trigônios conspícuos, regularmente arranjadas. Cápsula globosa, valvas longas, 200-625 µm, espessamentos nodulosos conspícuos na parede externa (Tipo-3), e espessamentos semianulares conspícuos na parede interna (Tipo-3). Elatóforos nos apices das valvas. Elatérios pequenos a grandes, castanho-avermelhados, 180-450 µm compr. Esporos pequenos a medianos, esverdeados, granulosos a tuberculados, 18-38 µm diâm.

  • Discussion

    O epíteto lechleri homenageia Willibald Lechler, botânico alemão coletor do holótipo.

    Metzgeria vivipara descrita por Evans (1910), foi sinonimizada por Costa (1999), por diferir somente quanto aos rizóides da gema que são em forma de "gancho". Baseado no conceito de espécie adotado pelo autor, os dois táxons não foram considerados distintos, e na análise cladística, esta semelhança foi confirmada, estando os táxons no mesmo clado, sendo que M. vivipara se sustenta somente pelo espessamento e número de células da medula e consistência da caliptra, caracteríticas que variam com as condições do ambiente. Este autor comenta ainda que no material do Brasil observou: 1) variação maior no número de fileiras de células epidérmicas da costa, tanto na superfície ventral quanto dorsal, como no material de Pernambuco (SP), a costa é for- mada por 2-3 fileiras dorsais e 5—6(—7) ventrais, com forte coloração azulada no talo e gemas; enquanto que no material do Ceará (SP), a coloração é menos intensa; 2) talo ondulado quando a lâmina é formada por um grande número de células.

    Dentre as espécies estudadas se assemelha a: M. liebmanniana e M. psilocraspeda, diferindo pelas seguintes características: 1) M. liebmanniana apresenta lâmina maior com 29-55 células larg.; medula com 28-30, em 5-6 camadas; rizóides da margem uniforme a densamente dispostos (500 µm= 14-32), 1—2(—3) rizóides por célula; ramo masculino com rizóides; invó1ucro feminino conchiforme; seção transversal da seta com 42-54 células, 21-26 corticais, 21-28 medulares, 7-9 diâm.; esporos finamente granulosos; 2) M. psilocraspeda apresenta talo fortemente atenuado e enrolado para o ápice, formando "comos" e desenvolvimento extemo do invólucro feminino em talo vegetativo ausente.

    Evans (1923), estudando as espécies de Metzgeria do Chile, considera M. lechleri como um sinônimo de M. corralensis Steph., duas espécies descritas por Stephani (na mesma obra, mesmo ano, porém em páginas diferentes), comentando as semelhanças e sobreposições que o levaram a considerar os táxons como sinônimos. Contudo, Evans (1923) não explica porque adotou o nome de M. corralensis e não M. lechleri. Kuwahara (1986), considera M. lechleri como uma espécie válida, embora não comente também sobre a sinonímia feita por Evans (1923).

    Distribution and Ecology: Tropical e subtropical, ocorrendo no México, Cuba, Porto Rico, Guadalupe, Colômbia, Peru, Brasil, Bolívia, Chile, Argentina, Sri Lanka, Ilha de Reunião (Costa, 1999; Kuwahara, 1986), e aqui citada para o Panamá, República Dominicana e Equador. Ocorre sobre troncos de árvores vivas ou em decomposição ou superfície rochosa, entre 200-4000 m. Na América Tropical, está amplamente distribuída e no Brasil, ocorre em floresta estacional semidecidual (nordeste), no cerrado (centro-oeste), em campo rupestre, na Mata Atlântica e manguezal (sudeste), floresta ombrófila mista (sul), em mata secundária e área urbana (sudeste e sul).

  • Distribution

    Arica and Parinacota Chile South America| Morelos Mexico North America| Oaxaca Mexico North America| Puebla Mexico North America| Chiriquí Panamá Central America| Cuba South America| La Vega Dominican Republic South America| Barceloneta Puerto Rico South America| Yauco Puerto Rico South America| Maricao Puerto Rico South America| Adjuntas Puerto Rico South America| Basse-Terre Guadeloupe South America| Boyacá Colombia South America| Cundinamarca Colombia South America| Chimborazo Ecuador South America| Zamora-Chinchipe Ecuador South America| Ceará Brazil South America| Distrito Federal Brazil South America| Espirito Santo Brazil South America| Goiás Brazil South America| Minas Gerais Brazil South America| Paraná Brazil South America| Pernambuco Brazil South America| Rio Grande do Sul Brazil South America| Rio de Janeiro Brazil South America| Santa Catarina Brazil South America| São Paulo Brazil South America| La Paz Bolivia South America| Santa Cruz Bolivia South America| Valdivia Chile South America| Misiones Argentina South America| Bocas del Toro Panamá Central America| Utuado Puerto Rico South America|