Alchornea fluviatilis Secco

  • Authority

    Secco, Ricardo de S. 2004. (Euphorbiaceae) (, e ). Fl. Neotrop. Monogr. 93: 1-194. (Published by NYBG Press)

  • Family

    Euphorbiaceae

  • Scientific Name

    Alchornea fluviatilis Secco

  • Type

    Tipo. Brasil. Maranhão: Santa Inês, povoado do Bambu, Rio Pindaré, 26 jan 1993 (fl. pist., fr), Secco et al. 862, (holótipo, MG; isótipos, K, SPF).

  • Description

    Species Description - Arvores a arbustos, 2-4 m, às vezes com ramos rastejantes com aspecto de cipós. Ramos estriados, esparsamente lenticelados, glabros. Folhas peninérveas, pecíolos 2-4 cm, pulvino verde claro, com manchas avermelhadas, canaliculados, pubescentes; limbos 10-20 X 5-8 cm, elípticos, elíptico-oblongos, a elíptico-lanceolados, ápices agudos a acuminados, bases levemente cuneadas a arredondadas, glândulas 2, achatadas, margens serrilhado-glandulosas, cartáceos, verdes, concolores; faces adaxiais com nervuras levemente proeminentes a imersas, tricomas esparsos; faces abaxiais com nervuras proeminentes, delicado indumento de tricomas estrelados, domácias pilosas presentes na junção da nervura principal com as secundárias. Plantas monoicas, com inflorescências bis-sexuadas, 5-20 cm, em panículas às vezes espiciformes, caulifloras, raques estriadas, com denso indumento de tricomas estrelados, flores estaminadas em maior quantidade, dispostas em glomérulos, as pistiladas freqüentemente isoladas, raro aos pares, rodeadas por flores estaminadas. Flores estaminadas com pedicelos 0.5 mm, bractéolas 1-1,5 mm, pilosas; botões 1 X 1 mm, globosos, glabros; lobos do cálice 2, 1.5 X 2 mm, orbiculares, glabros; estames 1.5-2 mm, filetes rugosos. Flores pistiladas subsésseis a pediceladas, pedicelos 0.5-1 mm, bractéolas 1-3, pilosas, rudimentos de antera 4, cor de vinho, no ápice do cálice; cálice gamossépalo, lobos do cálice 3-4, 1 mm, sagitados, pubescentes nas margens ou apenas nos ápices; ovário 1-2 mm, globoso, pubescente, com esparsa camada de tricomas estrelados, (2-)3-5 locular, estiletes (2-)3-5, 3-7 mm, filiformes, livres, face externa pubescente, face interna lisa, glabra. Fruto 1-1.5 cm diâm., subgloboso a globoso, raro elíptico, verde, com manchas cor de vinho na maturação, mericarpos (2-)3-5, lisos, rugosos quando secos, esparsamente pubescentes, glabrescentes; sementes (2-)3-5, 0.5-0.6 cm, ovais, sarcotesta carnosa, coral, lisa, levemente muricada.

  • Discussion

    Folhas e frutos são utilizados como isca para atrair os peixes ou servem naturalmente como alimento para esses animais.

    Alchornea fluviatilis estava representada nos herbários por amostras de má qualidade e quase sempre identificadas como Alchornea discolor ou Alchornea schomburgkii. Observando-se as populações naturais de A. fluviatilis no campo, verificou-se que a espécie apresenta características morfológicas e de habitat bastante diferentes daquelas encontradas em A. discolor, conforme pode ser constatado na Tabela VI. As populações naturais de A. discolor também foram observadas e algumas amostras coletadas na serra dos Carajás e no Estado do Amazonas (Secco & Cardoso 582, Secco & Bahia 821, Secco & Coelho 800).

    Uma observação feita na margem do Rio Pindaré, no Maranhão, revelou que as flores pistiladas de A. fluviatilis são bastante inconspícuas e em número bem menor que as estaminadas. Porém, apresentam pequenas estruturas cor de vinho, presas à parede interior do cálice e que lembram “anteras” rudimentares (Fig. 19E). Por serem muito vistosas, tais “anteras” parecem desempenhar um importante papel de atração aos polinizadores, especialmente porque secam e caem após a abertura do cálice e exposição do gineceu.

    Alchomea fluviatilis pode apresentar ramos rastejantes em alguns indivíduos, dando a impressão de enormes cipós, especialmente nas áreas mais alagadas. Assim foi observado tal hábito em Macapá, consorciado com indivíduos de Montrichardia sp. (“aninga,” Araceae).

    Para chegar-se a um diagnóstico mais preciso sobre as diferenças entre A. discolor e A. fluviatilis, muito contribuiu a observação das duas espécies no campo, bem como a análise das coleções referentes à A. discolor estudadas, identificadas e citadas por Jablonski (1967), tais como Ducke 446 (NY), Fróes 20516 (NY), Williams 14506 (NY), Little & Little 8329 (NY), e Spruce 1849, esta ultima também estudada e citada por Pax & Hoffmann (1914).

    Distribution and Ecology: Alchomea fluviatilis é uma espécie típica de margens de rios e lagos, das matas de várzea e de igapó e dos campos alagados, igarapés e outras áreas alagadas ou sujeitas à alagação da Amazônia. Distribui-se na Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Peru, Bolívia, e Brasil, aqui incluindo os Estados de Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, e Roraima. A floração ocorre nos meses de janeiro, março a junho, e outubro; a frutificação vai de janeiro a maio, ocorrendo também em agosto e dezembro.

  • Common Names

    paloneta huayo, yacuchia, sardinheiro, supiarana, tartaruguinha, pesupi, tampac, tapararac

  • Distribution

    Amazonas Colombia South America| Bolívar Venezuela South America| Suriname South America| Loreto Peru South America| Amapá Brazil South America| Amazonas Brazil South America| Maranhão Brazil South America| Pará Brazil South America| Roraima Brazil South America| Beni Bolivia South America| Cayenne French Guiana South America|