Cissus gongylodes (Burch. ex Baker) Planch.

  • Authority

    Lombardi, Julio A. 2000. Vitaceae: Géneros , e . Fl. Neotrop. Monogr. 80: 1-250. (Published by NYBG Press)

  • Family

    Vitaceae

  • Scientific Name

    Cissus gongylodes (Burch. ex Baker) Planch.

  • Type

    Tipo: Brasil. Pará: SSE de São José, s.d. (est), Burchell 10072 (lectótipo, K-n.v., fotografia em UEC, designado por Lombardi, 1995).

  • Synonyms

    Vitis tricuspis Baker, Cissus tricuspis (Baker) Burch. ex Planch., Cissus cervii Dunaiski, Vitis gongylodes Baker

  • Description

    Species Description - Lianas; tricomas não ramificados e não glandulares, alvos, misturados a tricomas glandulares com cabeça de secreção de cor clara quando fresca mas escura ñas exsicatas; ramos 4-angulados, velhos com lenticelas esparsas, às vezes avermelhados, suculentos, pubérulos, comumente espessando-se levemente em túberas delgadas. Gavinhas ramificadas dicotomicamente várias vezes, pubérulas, às vezes avermelhadas, discos adesivos presentes nas extremidades; escamas ca. 2 mm compr., deltoides, esparso pubérulas, ciliadas. Folhas trifolioladas ou raro algumas simples e irregularmente lobadas, nos ramos reprodutivos ausentes ou muito menores, simples, e às vezes irregularmente lobadas; pecíolos 6—10,7(—24,1) cm compr., subtriangulares, canaliculados e alados, pubérulos; estipulas 5,5—19(—27) mm compr. x 9—17(—24) mm larg., deltoides, pubérulas, ciliadas, carnosas, caducas ou persistentes, às vezes com bordos avermelhados, base auriculada; peciólulos centrais (0-)3-9(-54) mm compr., laterais (0-) 1,5-3(-25) mm compr., canaliculados, pubérulos; lâminas dos folíolos centrais (5,8-)6,8-l4,1 (-24,1) x (3,5-)4,2-12,5 (-22,8) cm, laterais (3,3—)3,5—10(—16,6) x (1,3—)1,8—7,5(-16,7) cm, rómbicas, suboblongas, ou elípticas, nos ramos reprodutivos comumente assimétricas, ápice agudo, margem denticulada, ondulada nas folhas novas, lobada nos ramos vegetativos, base atenuada, lâminas pubérulas em ambas as faces ou glabras na face adaxial e pubérulas na abaxial principalmente ao longo das nervuras principais, papiráceas ou levemente carnosas. Inflorescências (1,7—)3—4,5(—7) cm compr. x (3,2-)4,2-5,3 cm larg., umbeliformes, de ápice aplanado; pedúnculos 0,9—1,4(—2,9) cm compr., verdes ou às vezes avermelhados, pubérulos; brácteas (1,5—)4—7(—8) mm compr., às vezes de bordos avermelhados, triangulares, pubérulas, ciliadas, base gibosa e secretora; pedicelos (3-)4-6,5 mm compr., esverdeados, pubérulos ou hirsutos; botões conoidais; cálice (0,5—)1—2 mm alt. x (1—)4(—4,5) mm diâm., verde-amarelado, glabro ou pubérulo na base, papiloso, carnoso, urceolado ou não, truncado, base truncada (cálice urceolado) ou arredondada (cálice não urceolado); corola em botão (1,5—)2—3 mm alt. x (2-) 3 mm diâm.; pétalas verde-amareladas, glabras, papilosas, margens elevadas na junção; anteras extrorsas, conectivo deltoide, granuloso, esverdeado, seco marrom-escuro; disco amarelo, nitidamente cruciforme em material fresco, ápice côncavo com depressão central; estilete cilíndrico de base abaulada, estigma levemente capitado. Baga ca. 15 mm compr. x 8 mm larg., púrpura, esférica, lisa ou com lenticelas pontuais esparsas; semente 1, ca. 13 mm compr. x 7,5 mm larg., subturbinada, lateralmente mais ou menos achatada, laterais levemente rugosas, hilo acuminado, rafe levemente marcada com estrias transversais.

    Distribution and Ecology - Colômbia, Venezuela, Peru, Brasil, e Bolívia, a altitudes de 140 a 750-900 m, em matas, principalmente nas margens de matas secundárias, e savanas. Coletada com flores de janeiro a agosto e com frutos de fevereiro a agosto.

  • Discussion

    Nomes locais e usos. Peru: Oaviróncica. Brasil: Cipó-de-uvas, lene, mãe-boa, paquetá, parreira-brava, uva-do-mato (dois últimos segundo Corrêa, 1975). Bolívia: Guembé, samopero. Urna importante planta domesticada pelos Kayapó no Brasil, onde plantas vivendo por mais de 40 anos são fontes de folhas e frutos comestíveis (Philips, 1991), o que talvez tenha relação com sua ampla distribuição geográfica. Também é comumente encontrada em cultivo como planta ornamental.

    Cissus gongylodes se assemelha pelos folíolos a C. sulcicaulis, com a qual talvez seja relacionada, distinguindo-se pelos ramos não alados (vs. alados) e pelo cálice de base truncada ou arredondada (vs. de base irregularmente lobada). As duas espécies têm em comum a característica formação de túberas ao longo do caule na estação seca (pelo menos no sudeste do Brasil), embora àquelas de C. gongylodes sejam muito mais delgadas do que as de C. sulcicaulis, na primeira não ultrapassando notavelmente a espessura dos caules não tuberizados.

    A extensa distribuição geográfica de C. gongylodes, desde a região amazônica até o sudeste do Brasil, não é acompanhada por diferenças morfológicas notáveis entre as populações. Apesar do material examinado proveniente da região amazônica ser fragmentário, suas flores e inflorescências são muito semelhantes às dos espécimens do sudeste; nota-se porém que nos primeiros os folíolos apresentam peciólulos relativamente mais longos. No sudeste do Brasil não foram observados frutos em nenhum espécimen, ou sua formação em espécimens cultivados, o que talvez indique que a espécie está se reproduzindo apenas por propagação vegetativa nesta região.

    Espécimens mantidos em cultivo tiveram suas folhas predadas por Colaspis sp. (Coleóptera, Chrysomelidae, Eumolpinae), e por outro Chrysomelidae (Alticinae).

  • Distribution

    Colombia South America| Amazonas Colombia South America| Venezuela South America| Amazonas Venezuela South America| Peru South America| Loreto Peru South America| Madre de Dios Peru South America| Pasco Peru South America| San Martín Peru South America| Brazil South America| Ceará Brazil South America| Maranhão Brazil South America| Mato Grosso Brazil South America| Minas Gerais Brazil South America| Pará Brazil South America| São Paulo Brazil South America| Bolivia South America| Beni Bolivia South America| La Paz Bolivia South America| Pando Bolivia South America| Santa Cruz Bolivia South America|